Amazonía transformada: 36 años de cambios (1985-2020)

MapBiomas Amazonía es una herramienta de mapeo que permite monitorear los cambios del uso del suelo a nivel de toda la Amazonía y hacer seguimiento de las presiones sobre sus bosques y ecosistemas naturales. La Colección 3.0 de Mapas Anuales de Cobertura y Uso del Suelo de la Amazonía será presentada este jueves 30 de septiembre a través de la plataforma youtube.com/raisg, a horas 9:00 Perú, Ecuador y Colombia; 10:00 Bolivia y Venezuela; 11:00 Brasil.
Son más de 3 décadas de historia de la Cobertura y Uso del Suelo de la Amazonía que presentamos en esta Colección 3.0, en mapas anuales de 1985 a 2020 con una resolución de 30 metros, y como todos los productos de MapBiomas estará a disposición del público desde la plataforma MapBiomas Amazonía https://amazonia.mapbiomas.org/. La plataforma ofrece la posibilidad de visualizar los mapas a nivel regional, nacional e incluso local, identificando las áreas cubiertas con bosques, campos naturales, manglares, agropecuaria y ríos, entre otras clases.
Entre 1985 y 2020, la Amazonía perdió el 52% de sus glaciares y 74,6 millones de hectáreas de su cobertura vegetal natural, un área equivalente al territorio de Chile. En el mismo periodo hubo un crecimiento del 656% en minería, del 130% en infraestructura urbana y del 151% en agricultura y ganadería. Este mapeo inédito incorpora toda la Amazonía, desde los Andes, pasando por la planicie amazónica y llegando hasta las transiciones con Cerrado y Pantanal.

Mineração em áreas protegidas cresceu mais de 300% na última década

A presença de garimpo em unidades de conservação e em terras indígenas explodiu nos últimos dez anos. Nas unidades, houve um salto de 301% na área de exploração de 2010 a 2020, e nos territórios indígenas, de 495%.

O garimpo nessas áreas de proteção está fortemente concentrado na Amazônia, que tem apresentado, anualmente, aumentos de desmatamento. O bioma concentra 72% da área minerada do país.

Cerca de 40% da área de garimpo em 2020 estava dentro de unidades de conservação, e 9%, em terras indígenas protegidas, mostram dados inéditos do MapBiomas Mineração, que acabam de ser divulgados.

Terras indígenas respondem por somente 1,6% do desmatamento dos últimos 36 anos

As terras indígenas vêm garantindo proteção aos biomas brasileiros nas últimas três décadas. Somente 1,6% do desmatamento registrado no período ocorreu nessas áreas —que, segundo a Funai, correspondem a 12% do território nacional.

As informações que constam nos dados da nova edição do MapBiomas, lançada na manhã desta sexta-feira (27), consideram territórios demarcados ou que aguardam demarcação. A iniciativa aponta, com uso de imagens de satélite e inteligência artificial, as transformações anuais do uso de terra no Brasil de 1985 até 2020.

Os novos dados do MapBiomas mostram um crescimento acentuado da área destinada a práticas agropecuárias em todos os biomas do país, menos na mata atlântica —que já é o mais devastado, com somente 12% de mata restante.

Desde 1985, a agropecuária ganhou 81,2 milhões de hectares, um crescimento de 44% na área ocupada.

Em sobrevoo, Greenpeace flagra o avanço do fogo sobre a Amazônia

De acordo com os dados do Inpe Queimadas, julho registrou 4.977 focos de calor no bioma Amazônia, todos ilegais, já que o Decreto nº 10.735, que proibiu o uso do fogo no Brasil, está vigente desde 28 de junho de 2021, mesma data em que o governo federal autorizou novamente o uso das tropas militares para combater as queimadas. É a terceira vez que o governo Bolsonaro utiliza o dispositivo da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no combate ao crime ambiental.

Como principal estratégia do governo federal para conter a destruição, a GLO é comprovadamente ineficiente. A Amazônia segue sob intensa ameaça e a ilegalidade e a destruição continuam devastando grandes áreas, conforme mostram as imagens registradas pelo Greenpeace em sobrevoo de monitoramento, que aconteceu entre os dias 29 e 31 de julho de 2021.

Nova ‘Serra Pelada’ surge na Terra Yanomami

Relatório da Hutukara Associação Yanomami apresenta imagens aéreas do avanço desenfreado do garimpo ilegal, com crateras profundas, acampamentos colados a aldeias e até restaurante de garimpeiros. Levantamento aponta que atividade ilegal degradou 200 hectares de floresta no primeiro trimestre de 2021

Desmatamento da Amazônia em abril de 2021 é o maior da série histórica, mostra Inpe

Pelo segundo mês seguido, a Amazônia bateu o recorde recente de desmatamento, segundo dados do Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Foi também o pior abril da série histórica atual, que tem início em 2015 —os dados anteriores eram menos precisos.

Em abril, os alertas de desmatamento do Deter totalizaram mais de 580 km² de destruição na floresta, um aumento de quase 43% na devastação em relação ao mesmo mês em 2020, que registrou cerca de 406 km² de desmate. Os números de abril deste ano ainda devem crescer, considerando que os dados de desmate apresentados vão até o dia 29.

Ressuscitada por Bolsonaro, rodovia ameaça região de maior biodiversidade do Brasil

Em todo o mundo, o pássaro choca-do-acre só foi encontrado em um único cume dentro do Parque Nacional (Parna) da Serra do Divisor. O habitat do animal arisco e de plumagem escura se limita a um bosque de vegetação baixa, um dos dez tipos de floresta encontrados nessa unidade de conservação, localizada na fronteira do Brasil com o Peru.

Habitat de outros animais endêmicos e de ao menos 1.163 espécies de plantas, a Serra do Divisor é uma das regiões de maior biodiversidade do mundo. Apesar disso, dois projetos em paralelo preveem a construção de uma rodovia dividindo o parque em dois e a privatização do território do Parna, abrindo caminho ao desmatamento, ao gado e à extração mineral.

Criação de rodovia na Amazônia ameaça disparar a violência no lado peruano

O sol caía sobre o rio Abujao, próximo à fronteira do Peru com o Brasil, quando o barco do líder indígena Jorge Pérez ficou sem combustível. Eram 17h de uma tarde de novembro e só lhe restava remar até o povoado mais próximo, para continuar no dia seguinte sua viagem até Pucallpa, capital da região amazônica de Ucayali, no Peru. Quando a ponta do seu barco tocou a costa, quatro pessoas, entre jovens e adultos, saíram do matagal.

“Quem é você? Nunca te vi antes”, disse um dos mais jovens. “Eu vivo aqui. Acho que você está enganado. É a primeira vez que eu te vejo, isso sim”, respondeu o líder indígena, com a firmeza de quem percorre o rio Abujao há mais de 20 anos.

Pérez narra que estava ciente do perigo quando percebeu que os quatro portavam armas de fogo de longo alcance. Ergueu o olhar e viu que no mato havia mais 20 pessoas. “Não sou o único habitante que passou por isso, mas, como todas essas pessoas são de fora, estão sempre averiguando se você é policial”, conta o líder indígena, que, por segurança, nos pede para proteger seu nome.