Terras Indígenas na Amazônia são as Áreas de Proteção que mais sofrem pressão por desmatamento, revela Imazon

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João Pedro

22 de junho de 2020

Amazônia brasileira

[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]De acordo com o Imazon, das dez Áreas Protegidas que mais sofreram pressão por desmatamento, cinco são Terras Indígenas. A TI Yanomami (RR/AM) foi o maior alvo dos criminosos responsáveis pela destruição ilegal da floresta. As TIs Alto Rio Negro (AM), Raposa Serra do Sol (RR), Uaçá I e II (AP) e Kayapó (PA) também registraram ocorrências de devastação no interior da área protegida. O avanço do desmatamento, além de trazer prejuízos ambientais para essas áreas, pode resultar ainda em riscos à saúde dessas comunidades tradicionais.

A Terra Indígena Yanomami, a primeira no ranking das APs mais pressionadas, está no ranking das TIs mais vulneráveis para a Covid-19, segundo levantamento feito pelo Instituto Socioambiental em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. As TIs Raposa Serra do Sol e Alto Rio Negro também estão na lista das mais suscetíveis a ter surtos da doença. Na última semana, a TI Kayapó perdeu uma de suas maiores lideranças para o coronavírus: Paulinho Payakan. “É preciso gente para desmatar e há muita invasão justamente nas Unidades de Conservação e nas Terras Indígenas. Essas pessoas podem levar o coronavírus para esses territórios”, explica o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.

O estudo apresenta ainda as Áreas de Proteção mais ameaçadas: APA do Tapajós (PA) e  Parna Mapinguari (AM/RO). Somente o estado de Rondônia tem cinco das dez APs mais ameaçadas de fevereiro a abril deste ano. Já no ranking das APs mais pressionadas durante esse período, aparecem ainda a APA Triunfo do Xingu (PA), APA do Tapajós (PA) e a Florex Rio Preto-Jacundá (RO).

Ameaça e Pressão – O instituto classifica ameaça como a medida do risco iminente de ocorrer desmatamento no interior de uma área protegida. É utilizada uma distância de 10 km para indicar a zona de vizinhança de uma AP, onde a ocorrência de desmatamento indica ameaça. Já o termo pressão é definido como a ocorrência do desmatamento no interior da área protegida,  que pode levar à perdas ambientais e até mesmo redução ou redefinição de limites da AP.

De fevereiro a abril deste ano, o Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon detectou um total de 885 km² de desmatamento na Amazônia. 53% das células de desmatamento indicam ameaça e 47% mostraram a pressão em APs. O número de células com ocorrência de desmatamento de fevereiro a abril de 2020 é 216% superior ao registrado de fevereiro a abril de 2019.

Estudo – O relatório do índices de ameaça e pressão de desmatamento em Áreas Protegidas é divulgado trimestralmente pelo Imazon. O estudo é produzido com base em dados de alertas de desmatamento do SAD, Sistema de Monitoramento desenvolvido pelo Instituto. São utilizados apenas os indicadores de desmatamento para determinar ameaça e pressão em uma unidade de conservação, entretanto, outros fatores também oferecem risco para a área, como extração madeireira, atividades de garimpo e hidrelétricas. Para ver o relatório completo, clique aqui

 

Imazon – O Imazon é um instituto nacional de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há  anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.

 

https://imazon.org.br/imprensa/terras-indigenas-na-amazonia-sao-as-areas-de-protecao-que-mais-sofrem-pressao-por-desmatamento-revela-imazon/[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]

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